sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Venezuela hoje

Falar da realidade da Venezuela hoje é uma tarefa profundamente complicada, porque partimos da situação de uma população extremamente polarizada, quase incapaz, por enquanto, de criar um mínimo ambiente de tolerância e respeito mútuo, onde parece que manda o princípio: “Falo com você quando desaparecer”, atitude que se sustenta nos dois lados como uma constante. A chegada ao poder do atual presidente Chávez aconteceu num contexto bastante peculiar. De um lado, era evidente o colapso do sistema de partidos que, por causa do clientelismo partidário, – Venezuela é um Estado rico graças ao petróleo –, tinham desacreditado completamente as instituições fundamentais das democracias, isto é, os partidos políticos.
Do outro lado, a riqueza mal administrada havia deixado como conseqüência uma distribuição desigual e uma apropriação da mesma, criando contradições sociais que faziam prever, como de fato ocorreram em várias ocasiões, episódios de violência social e política. Um exemplo foi o “Caracazo” de 1989, quando na capital houve fortes desordens nas ruas e saques de lojas e mercados, em reação à aplicação das primeiras medidas de tipo neoliberal e à corrupção dominante no governo.
As classes populares e boa parte da classe média, embora por razões diferentes, apoiaram o então tenente coronel Hugo Chávez que, com um discurso contundente sobre o tema da injustiça e da luta contra a corrupção, emergiu como o homem providencial para fazer a mudança histórica que muitos esperavam (1998).

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